CIDADE
São Serafim (Mandaçaia), onde tudo começou!
Localizado a cerca de 2 km do município de Saloá no Estado de Pernambuco, São Serafim fica a 500 metros do famoso parque aquático Sundown Park. Para quem vem à cidade, pela rodovia, do lado esquerdo dela, verá a princípio, a capela de São Serafim.
E dentro de uma grota (vale), verá um povoado de rua única, cuja sua história remonta a segunda metade do século XIX. A idade do surgimento do povoado ainda é incerta, pois nos falta documentação precisa para isso.
O que temos de fato, é a pintura do quadro de São Serafim de Montegranaro, que data do ano de 1910 e está exposta dentro da capela. Pelo que consta, foi um presente doado pela igreja matriz de Bom Conselho em celebração ao término da construção da capela.
Bom Conselho que na época era o município do qual a vila fazia parte. O pároco da época era o Monsenhor João Marques de Souza, que dentre as irmandades de que fazia parte, era a de São Vicente de Paulo, que se tornaria no futuro padroeiro da cidade de Saloá.
Outra documentação próxima, é um documento do Estado de Pernambuco de 1914 em que lista os municípios pernambucanos e as suas origens, no caso cita a origem de Bom Conselho de Papacaça e de suas vilas.
Um fato curioso é que mesmo antes da chegada do santo padroeiro, existia-se já a vila, que se chamava Mandaçaia, nome esse que vem de uma abelha que era muito comum na região, que por sua vez, significa “vigia bonito” na língua indígena.
Sabemos por evidencias documentais, que toda a região do agreste era habitada pelos povos Fulni-ô, e que muitos dos nomes usados em cidades da região derivam do idioma Macro-jê falado por essa etnia. Saloá por exemplo, significa “Barro Vermelho”.
Esses povos migraram cada vez mais para o interior dando espaço para que outras populações viessem habitar o local. São Serafim, logo se tornaria uma importante vila daquela época, onde a feira era realizada e toda a sorte de comércio era tratada ali.
A estrada que vinha do Brejo Velho passava direto pelo povoado e acabava no centro da vila, onde existia ali um enorme Flamboyant que foi por séculos o símbolo daquele lugar. Hoje ele já não existe, pois por motivos naturais caiu e só resta seu tronco.
Era embaixo dessa frondosa árvore que todo o cotidiano das pessoas se passava. Há relatos em que pessoas que cometiam delitos eram detidos em baixo dele e tinham seus pés presos ao tronco e ali esperavam as autoridades responsáveis.
Após a construção da igreja de São Serafim, as festividades religiosas fizeram parte da cultura e tradição da pequena vila. Muitas eram as romarias feitas para lá e sempre no dia 12 de outubro era comemorada a festa do santo padroeiro, e no mês de maio as festividades marianas.
A arte e a cultura sempre fizeram parte de São Serafim, desde as Festas de Reis, ao Toré e as fogueiras juninas. Na arte ressalta-se a arquitetura das casas que tem suas faixadas adornadas no estilo barroco. São muitos os eventos que ocorreram no povoado durante os séculos, só pra citar alguns:
O Grande Estrondo de 1923: conta-se que no ano de 1923 escutou-se um tremendo estrondo seguido de um grande tremor e que após isso escureceu o dia, causando desespero e um verdadeiro caos entre os moradores do povoado.
Esses, apavorados, correram todos para a igreja de São Serafim e prontamente começaram a rezar. Não se sabe ao certo o que causou o fenômeno, o que se sabe é o evento que ficou conhecido com o “Tempo do Ronco(a)”.
A ameaça de Lampião em 1935: dizem os mais antigos que Lampião e seus asseclas, antes de tentarem invadir Serrinha do Catimbau, teriam pedido ajuda aos eminentes Coronel José Abílio, Coronel João Ibilino e o Velho Zé Birunda, para que eles acoitassem o cangaceiro.
Mas os mesmos não sucumbiram aos pedidos do malfeitor e recusaram dar-lhe qualquer ajuda. O que deixou Lampião furioso e ameaçou invadir o povoado São Serafim e tirar a limpo essa história. O que causou pânico nos moradores, que fugiram para as matas levando consigo seus pertences. Como os Cangaceiros foram xotados de Serrinha, abandonaram essa ideia.
Maldição do Padre: Conta-se que durante uma missa realizada no povoado, uma pessoa riu do padre que fazia a celebração, vendo a resenha que estava sendo feita, o pároco se enfureceu e proferiu a maldição, de que “em São Serafim só cresceria melão”. Fato é que pouco tempo depois a feira foi transferida para o “Barro” e lá cresceu e mais tarde virou a cidade de Saloá.
Em 2005 em visita a comunidade, o Bispo da Diocese de Garanhuns, Dom Irineu Roque Scherer, retira a tal maldição abençoando o povoado. A comunidade hoje é pacifica, em que o tempo parece não passar, tem em seus atuais moradores muita cordialidade e simplicidade, levam suas vidas sem se preocuparem muito com o passado, mas o passado aí está e faz parte da história do município. Saloá teve um começo e começou em São Serafim.
Por: Manoel Estevo Soares Junior
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